sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Gago Coutinho

 


Carlos Viegas Gago Coutinho, oficial da Marinha portuguesa, cartógrafo, geógrafo, historiador e navegador é natural de São Brás de Alportel, tendo o seu nascimento sido registado em Lisboa, a 17 de fevereiro de 1869.

Foi um dos pioneiros da aviação, ao realizar, em 1922, juntamente com o aviador Sacadura Cabral, a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, no hidroavião Lusitânia.

Oriundo de famílias de fracos recursos financeiras, não pode frequentar o curso de Engenharia na Alemanha como ambicionava, acabando por ingressar, aos 17 anos, na Marinha Portuguesa, tendo obtido o curso da Escola Naval em 1888.

Participa em operações militares na Baía de Tungue (Cabo Delgado, Moçambique) em 1891 e em Timor em 1912.

De 1898 a 1916, cartografa, com grande precisão, Timor, Niassa, Congo, Zambézia, Barotze (na atual Zâmbia) e São Tomé e Príncipe, tendo delimitado, de forma definitiva, a parte norte da fronteira entre Angola e Zaire.

Enquanto procedia a estes trabalhos de geografo, ATRAVESSA A PÉ A ÁFRICA, tendo conhecido Sacadura Cabral com quem haveria de realizar a primeira travessia aérea do Atlântico Sul.

A ele se deve o desenvolvimento do SEXTANTE DE HORIZONTE ARTIFICIAL e, em conjunto com Sacadura Cabral, a invenção de um CORRETOR DE RUMOS, para compensar o desvio causado pelo vento. Estes instrumentos de navegação revelam-se muitos úteis para a travessia aérea entre Lisboa e o Funchal, realizada por ambos em 1921.

Dois anos antes, a 11 de março, tinha sido feito Comendador da Ordem Militar de Avis, sendo elevado a Grande-Oficial da mesma Ordem a 19 de Outubro de 1920.

A 7 de setembro de 1922, comemorava-se o primeiro centenário da Declaração de Independência do Brasil do Império Português.

Para celebrar este acontecimento, Gago Coutinho e Sacadura Cabral decidem encetar a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, entre Lisboa e o Rio de Janeiro.

São entusiasticamente recebidos no Recife, em Salvador, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Na sua viagem de regresso a Portugal, são considerados heróis nacionais.

Gago Coutinho, para além de ter sido condecorado com as mais altas e prestigiosas distinções do Estado Português, é, ainda, promovido a contra-almirante.

Em 1954, a TAP, companhia aérea de Portugal, convida-o para um voo experimental ao Rio de Janeiro num DC-4, antecipando a futura linha regular que seria estabelecida em 1961.

A partir de 1925, dedica-se à investigação científica, estando vários dos seus trabalhos compilados na Náutica dos Descobrimentos.

Em 1958, é promovido a Almirante, por decisão da Assembleia Nacional.

Falece a 18 de fevereiro de 1959, estando sepultado no Cemitério da Ajuda, em Lisboa. Fonte


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