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E já as portas de abriam
para a República chegar
no 5 de Outubro
com o povo a celebrar.
E já as portas de abriam
para a República chegar
no 5 de Outubro
com o povo a celebrar.
O escudeiro-cidadão
que acompanha esta história
está na Rotunda sem sono,
heróico a cantar vitória.
Tem uns bigodes compridos
e um chapéu de aba larga
e não tem medo das tropas
que querem passar à carga.
A bandeira azul e branca
torna-se verde e vermelha,
mistura de sangue e de seiva
onde um sonho se espelha.
Mas nem tudo foram rosas
nesses anos de mudança;
a República dava passos
vacilantes de criança.
Acendiam-se as palavras
ferozes como punhais
e chegava a presidente
o doutor Sidónio Pais.
[...]
Letria, José Jorge, Portugal para miúdos, Lisboa, 2011
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