"E como era a sua relação com os
livros quando era mais novo; lia muito?
Muito, muito! Até às escondidas.
Não é que os livros fossem proibidos, mas passei um tempo doente – até escrevi
um livro de poesia nessa altura, chamado O Menino Doente –, o médico queria que
tivesse descanso total e proibia-me a leitura. Eu vivia numa aldeia, na quinta
dos meus tios, eles tinham uma biblioteca e eu às escondidas ia lá buscar
livros, lia-os à noite, à luz muito baixa do petróleo (ainda não havia
electricidade nessa aldeia) e foi aí que eu descobri, por exemplo, As Farpas do
Ramalho Ortigão. Procurava ler tudo o que o meu tio tinha na biblioteca; saía
de casa sempre com um livro debaixo do braço, na espera do autocarro ou do
eléctrico ficava a ler e durante a viagem, lia. Fui sempre um bom leitor. "
Partilhamos, também, o poema " A maçã" do livro "Versos de Cacaracá"
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