Esta é a madrugada que eu esperava/O dia inicial inteiro e limpo/Onde emergimos da noite e do silêncio/E livres habitamos a substância do tempo.
Sophia de Mello Breyner Andersen (1974)
Em Portugal, na madrugada de 24 para 25 de Abril de 1974, um grupo de militares iniciou o derrube de um regime repressivo de 48 anos, há muito esperado. O povo desceu às ruas, clamando por paz, pão e liberdade. Emergindo dos tempos ditados por Salazar e Caetano, os povos de Portugal e das então colónias portuguesas emanciparam-se calando uma guerra sangrenta, uma emigração injusta, uma economia pobre e uma sociedade censurada, tão distantes da CEE/UE e da ONU.
Nasceu a Democracia, fez-se a Descolonização e alimentou-se o Desenvolvimento. Os tais 3 D do Movimento das Forças Armadas, prometidos e vividos desde então.
Interrompida a noite com o cantar de “Grândola, Vila Morena” e de “Somos livres”, o povo português, unido, tem celebrado, desde essa data, a Revolução dos Cravos.
Hoje, em Portugal e no Mundo, canta-se novamente a “Grândola, Vila Morena”. Em casa ou à janela, ao vivo ou online, com um livro na mão, em tempos singulares de pandemia. Um 25 de Abril diferente, mas sempre!
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